Apresentação do livro “Moradores de bairros populares no Porto e em Braga: condições objetivas de vida e estratégias de sobrevivência e resistência passiva”, da autoria de Manuel Carlos Silva | 11 de outubro de 2024 | 18H00 | UNICEPE – Cooperativa Livreira de Estudantes do Porto

 

Após apresentação em Braga e em Lisboa, no próximo dia 11 de outubro de 2024, pelas 18H00, terá lugar na UNICEPE – Cooperativa Livreira de Estudantes do Porto (Praça de Carlos Alberto, 128-A, 4050-159 Porto) a apresentação e debate do livro Moradores de bairros populares no Porto e em Braga: condições objetivas de vida e estratégias de sobrevivência e resistência passiva (Edições Afrontamento, 2024), da autoria de Manuel Carlos Silva (ICS-UMinho e CICS.NOVA.UMinho). A iniciativa contará com a apresentação de Paulo Castro Seixas (ISCSP-ULisboa) e Isabel Dias (FLUP).

Apresentação e Debate Livro_Bairros Populares Porto e Braga_Cartaz Porto
«Na sequência da reflexão sobre o ‘conservadorismo’ do campesinato nortenho, quer em sede do próprio doutoramento na obra “Resistir e Adaptar-se. Constrangimentos e estratégias camponesas no Noroeste de Portugal”, quer em reflexões e artigos diversos sobre a ‘passividade’ doutras classes sociais desprovidas, nomeadamente no quadro do projeto “Modos de Vida e Formas de Habitar” coordenado pelo autor, este livro visa, com base numa metodologia plural de ordem quantitativa e qualitativa, dar a conhecer parte dos resultados de pesquisa sobre condições de vida e de habitação dos moradores/as dos bairros populares no Porto e em Braga. Na I Parte são sistematizadas reflexões sobre um problema colateral ao projeto mas social e cientificamente relevante na medida em que, apesar da (in)satisfação perante as severas condições objetivas de vida, não se verificou, em regra, contudo uma correspondente ou expectável ação coletiva de contestação ou revolta contra tal situação. Mais, a constatação de um assentimento, resistência passiva e/ou acomodação defensiva obrigou a um enquadramento teórico e a convocar criticamente os diversos modelos para a compreensão e a explicação do fenómeno. Na II parte é fornecido um retrato dos diversos grupos sociais, dos seus rendimentos e condições de vida, relevando em particular as perceções e representações dos residentes, as suas trajetórias de vida, incluindo as migratórias, os processos de reprodução social e  melhoria social nalguns casos. Na III Parte são analisadas as relações de vizinhança e interétnicas, as origens rurais e percursos de vida dos moradores/as, as relações de entreajuda e as sociabilidades, as tensões e os conflitos. Numa IV Parte é feito um registo e análise das crenças e práticas religiosas, das formas de organização e do baixo grau de participação política, das suas mundividências e conceções ético-morais relativamente a relações prematrimoniais, à legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo, à legalização da procriação medicamente assistida e da eutanásia. Por fim, são apresentadas algumas conclusões e recomendações.»

➡️ Manuel Carlos Silva é Licenciado em Direito pela Universidade de Lisboa, Sociólogo, Doutorado pela Universidade de Amesterdão em Ciências Sociais, Culturais e Políticas, ex-Diretor de Centro de Investigação em Ciências Sociais (2004-2014), ex-Presidente da Associação Portuguesa de Sociologia (APS) (2010-2012), é investigador integrado do Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais (CICS.Nova), Universidade do Minho. Professor catedrático aposentado pela Universidade do Minho e Professor Visitante em Angola, Espanha, Colômbia e Brasil, foi avaliador de cursos em Ciências Sociais em Portugal pela Agência A3ES (2010-2014), de candidaturas para bolsas de doutoramento e pós-doutoramento (2004-2013), assim como da produção científica em ciências sociais na FCT/Portugal e na ANVUR/Itália. Distinguido com o Prémio Sedas Nunes pela obra sobre o campesinato intitulada Resistir e Adaptar-se (Afrontamento, 1998), coorganizou diversos congressos (inter)nacionais (Conglab, 2009; APS, 2012), coordenou vários projetos de investigação e publicou, em autoria ou co-autoria, 32 livros e mais de 200 capítulos de livros e artigos em revistas (inter)nacionais sobre o rural-urbano, o desenvolvimento e as desigualdades sociais (de classe, étnico-raciais e de género).

➡️ Paulo Castro Seixas é Professor Associado com agregação da Universidade de Lisboa. É Doutor em Antropologia Social pela Universidade de Santiago de Compostela na área de Antropologia Urbana e licenciado em Sociologia Urbana pelo ISCSP. É ex-coordenador da Unidade de Administração Pública e Políticas Territoriais (2016-18) e ex-presidente do CAPP – Centro de Administração e Políticas Públicas (2014-2018).  Tem interesse em Estudos Urbanos e Regionais e tem cerca de 200 publicações. Desde 2000, desenvolve investigação sobre Timor-Leste, tendo sido coordenador de dois projectos financiados pela FCT. Recentemente, liderou a equipa de parceiros luso-timorenses do projeto H2020 CRISEA (2017-2020) e foi Co-Líder do projeto CRICITY financiado pela FCT (2018-21). Entre outros, trabalhou como consultor para instituições (Médicos do Mundo; Sociedade Portuguesa de Autores), municípios (Santa Cruz da Madeira e Cascais) e governos (Angola, Timor-Leste).

➡️ Isabel Dias é Professora Catedrática do Departamento de Sociologia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP) e Investigadora do Instituto de Sociologia (IS-UP). A sua atividade de investigação e publicações tem-se centrado na problemática da violência doméstica e de género, envelhecimento, abuso de idosos, trabalho feminino e saúde ocupacional. Tem coordenado e participado em vários projetos de investigação de âmbito (inter)nacional. Atualmente é investigadora responsável na Unidade Orgânica, do projeto RESET – “Redesigning Equality and Scientific Excellence Together”, financiado pelo Programa H2020 da Comissão Europeia. Integra as equipas de investigação dos projetos IQUAL_CAMPUS – Programa de Cooperación Interreg España-Portugal (POCTEP) (2024-2026) e “Erasmus+60 Cooperation Partnerships in Higher Education” (KA2). Para além de conferências (inter)nacionais, integra a Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG), é membro do Conselho Geral da Universidade do Porto e Diretora do Mestrado em Sociologia. Foi Subdiretora da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (2016-2019).

 

 

 

 

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