Foi recentemente publicado o livro Cérebro Ativo: Jogos e exercícios para seniores saudáveis, da autoria de Maria Adelaide Melo e Maria Cristina Moreira, investigadora do CICS.NOVA.UMinho.
A obra, editada pela Arte Plural, reúne desafios de memória, lógica, cálculo e raciocínio, com níveis de dificuldade progressivos, pensados para estimular o cérebro e promover um envelhecimento mais saudável.
Com o aumento da esperança de vida, este livro surge como uma ferramenta prática para quem quer manter a mente ativa e para cuidadores que procuram novas atividades para os mais velhos.
➡️ Já disponível nas livrarias e online!
]]>O debate contará com a participação de 𝗔𝗻𝗮 𝗣𝗮𝘂𝗹𝗮 𝗖𝗼𝘀𝘁𝗮 (IPRI e Casa do Brasil), 𝗣𝗮𝘁𝗿𝗶́𝗰𝗶𝗮 𝗝𝗲𝗿𝗼́𝗻𝗶𝗺𝗼 (JusGov e ED-UM) e 𝗜𝘀𝗮𝗯𝗲𝗹 𝗘𝘀𝘁𝗿𝗮𝗱𝗮 𝗖𝗮𝗿𝘃𝗮𝗹𝗵𝗮𝗶𝘀 (CICP e EEG-UM).
Inscrição gratuita, mas necessária: https://forms.gle/3GNH1N9EAeJJKkSe7.
Mediante solicitação, poderá ser emitido certificado de participação.
Para informação adicional, por favor, contactar geicsuminho@gmail.com.
]]>O ambiente é apresentado de forma quase literária pelas jornalistas, que assinalam:
“Quase tudo aqui é improvável, mas tudo faz sentido. De umas ruínas com vista para o rio Douro, ergueu-se uma comunidade ímpar, invisível atrás duma linha de comboio. E, entre bananeiras, cana-de-açúcar e abacateiros, temos hoje a sensação de estar em Cabo Verde e não no Porto, num antigo bairro operário que começou a ser ocupado por cabo-verdianos há 50 anos.”
Com o Laboratório de Habitação Básica Participada, Fernando Matos Rodrigues acompanha o bairro do Riobom e a sua comunidade há já quase 30 anos:
A verdade é que chegamos ao Riobom e sentimo-nos bem. Porque chegamos ali e ficamos parados no tempo. Esta comunidade vive exatamente daquilo que é a ausência do movimento. É uma comunidade estática, longe do ritmo acelerado do Porto turístico, e é lindíssima. Se as pessoas tivessem a noção do seu valor, iam tentar fazer igual no resto da cidade.
Reportagem completa disponível aqui: https://visao.pt/atualidade/sociedade/2025-09-06-reportagem-a-ilha-de-cabo-verde-escondida-no-centro-do-porto/
]]>CHAMADA DE ARTIGOS
Configurações: Revista de Ciências Sociais
N.º 38 – Dezembro de 2026
Cuidando do comum: culturas e contraculturas
Nos últimos dois séculos, o sistema capitalista tem regido o contrato social, i.e., as relações económicas, sociais e afetivas, incentivando o individualismo como força motriz de uma sociedade e economia modernas. A aposta no desenvolvimento técnico-científico como meio para o crescimento económico intensificou a produção, desligando-a dos processos ecológicos e alterando profundamente a relação entre as pessoas, mas também entre as pessoas e o meio. Elevando o saber científico acima do tradicional-ancestral, abriu-se caminho para a exploração descontrolada de recursos vitais de comunidades indígenas e locais, de ecossistemas e combustíveis fósseis, com efeitos na destruição daquilo que reconhecemos como “comum”, i.e., tudo aquilo que partilhamos, recursos, mas também relações sociais, conhecimento e formas de cooperação. Destruindo as condições que permitiam às comunidades locais sobreviver e viver com autonomia, eliminamos igualmente a sua capacidade de reprodução de modos de vida e cosmovisões baseadas em relações seculares com os ecossistemas onde habitam.
Num período em que a maior parte da riqueza do planeta se encontra nas mãos de 1% da população mundial enquanto a maioria se encontra dependente de trabalho assalariado assegurado pelo Estado ou pelo mercado, o vínculo humano “à terra” e ao próximo é cada vez menor. As relações humanas, outrora de proximidade, ancoradas em laços solidários e duradouros, de reciprocidade e confiança, assumem agora contornos frágeis e descartáveis, funcionalistas e efémeros, construindo, na expressão de Zygmunt Bauman, uma modernidade líquida, volátil e em constante mudança. Por outro lado, as desigualdades tornaram-se mais vincadas e o “outro” sobretudo num problema a resolver. Neste contexto, a política extrema-se e as guerras eclodem, fala-se de emergência – climática e humana.
Num cenário que roça o distópico, estruturas sociais autónomas com base comunitária permanecem, enquanto outras se desenvolvem em diferentes contextos, prefigurando uma mudança de paradigma num mundo onde a gestão pública foi enfraquecida por décadas de políticas neoliberais. Modos de produção extensivos, solidários, que fomentam economias diversas (Gibson-Graham e Dombroski, 2021), sejam estas feministas, familiares, populares ou solidárias, promotoras de sustentabilidade enquanto retomam formas orgânicas de regulação da produção e de consumo. Iniciativas ancoradas na cooperação, autogestão e comunhão de interesses como base para a ação surgem nos campos e na cidade, nas organizações, nas comunidades, num mundo esgotado de destruição, conflitos e solidão.
Com esta chamada, pretendemos gerar uma reflexão sobre estas questões, colocando o foco em iniciativas coletivas que garantem a produção e o cuidado do comum. Partindo do trabalho de autoras feministas como Graham-Gibson (2016), Gutierrez (2020), Nightingale (2019), Casas-Cortes (2019), Singh (2018), entre outras, definimos a produção e o cuidado do comum como todas as práticas e relações de cooperação e entreajuda, mas também de luta e resistência, que sustentam a reprodução material e simbólica da vida, humana e não humana. Interessa-nos pensar e vincar a forma como o quotidiano do cuidado – e.g. dialogar, cozinhar, reflorestar, etc. – politiza por via da resultante aquisição de novos conhecimentos, capacidades, relações e subjetividades que nos ligam afetivamente ao que cuidamos (bosque, terra, comunidade), aproximando-nos enquanto agentes de mudança. Incentivamos trabalhos sobre iniciativas que desafiam a tendência individualista – e.g. regimes de propriedade comunitária, empresas, cooperativas, economia social e solidária, economia popular e familiar, economias feministas e dos cuidados. Através da sua análise crítica, queremos refletir sobre a diversidade dessas iniciativas ao nível das suas práticas, valores, objetivos, estrutura e efeitos de mudanças no território, aqui entendido como o espaço constituído por ecossistemas, infraestruturas, atores e instituições, mas também saberes, cosmovisões, discursos, valores, etc. Com esta abordagem, queremos abrir vias para uma nova cultura e formas de ação que sustentem um novo contrato social.
Entre as diversas linhas de reflexão, propomos:
1.dar a conhecer e refletir sobre as práticas quotidianas envolvidas na produção e cuidado do comum, que podem incluir:
2. análise crítica da estrutura institucional das sociedades atuais que desconstrói o comum ou ameaça iniciativas que cuidam o comum, constituindo processos de descomunalização (do inglês un-commoning), que podem concretizar-se em:
As propostas devem ser submetidas eletronicamente após realização de registo na plataforma, até ao dia 31 de outubro de 2025.
Recomenda-se vivamente aos/às autores/as a leitura atenta das normas de publicação.
Nota: A presente call foi ligeiramente revista de forma a alargar o seu escopo geográfico, não restringindo os contributos apenas a Portugal. Esta decisão decorre da reduzida adesão registada até ao momento, procurando-se, assim, abrir espaço a uma participação académica mais ampla. O prazo de submissão foi igualmente prorrogado até 31 de outubro de 2025. |
Voltamos ao ativo no dia 26 de agosto, prontos para retomar os trabalhos com energia renovada.
Até lá, desejamos a todas e todos umas excelentes férias e um bom (e merecido) descanso.
– A equipa CICS.NOVA.UMinho
]]>A Sociedade Portuguesa de Antropologia e Etnologia (SPAE) anuncia a realização de uma palestra aberta, em formato exclusivamente on-line (via Zoom), hoje, dia 4 de agosto de 2025, às 21h30.
Fernando Matos Rodrigues, antropólogo e investigador CICS.NOVA.UMinho, apresentará a comunicação intitulada “Ocupar, resistir e habitar: práticas de resistência e de organização dos moradores nas ilhas e bairros populares do Porto”.
Esta palestra baseia-se numa investigação financiada pela FCT no âmbito do projeto «Modos de Vida e Formas de Habitar: ilhas e bairros populares no Porto e Braga» (PTDC/IVC-SOC/4243/2014). Trata-se de um estudo de antropologia aplicada e de investigação-ação-participação que analisa as estratégias de resistência e organização dos moradores em contextos marcados pela especulação imobiliária e pelos processos de reabilitação urbana.
A sessão é de acesso livre e poderá ser acompanhada através do seguinte link:
https://videoconf-colibri.zoom.us/j/92381464211?pwd=J9nNCHRs7sDYbNapkTOO8T5pTaq3nG.1
Já se encontra disponível on-line e em acesso aberto o N.º 35 da Configurações: Revista de Ciências Sociais – Dossiê Temático Género e Desigualdades: Desafios Contemporâneos, sob coordenação de Dalila Cerejo, Ana Paula Gil e Nuno Dias (CICS.NOVA e NOVA FCSH).
Número completo e informação adicional disponível aqui.
Em breve, a publicação encontrar-se-á disponível também no RepositoriUM e na plataforma OpenEditions.
CHAMADA DE ARTIGOS
Configurações: Revista de Ciências Sociais
N.º 38 – Dezembro de 2026
Cuidando do comum: culturas e contraculturas em Portugal
Nos últimos dois séculos, o sistema capitalista tem regido o contrato social, i.e., as relações económicas, sociais e afetivas, incentivando o individualismo como força motriz de uma sociedade e economia modernas. A aposta no desenvolvimento técnico-científico como meio para o crescimento económico intensificou a produção, desligando-a dos processos ecológicos e alterando profundamente a relação entre as pessoas, mas também entre as pessoas e o meio. Elevando o saber científico acima do tradicional-ancestral, abriu-se caminho para a exploração descontrolada de recursos vitais de comunidades indígenas e locais, de ecossistemas e combustíveis fósseis, com efeitos na destruição daquilo que reconhecemos como “comum”, i.e., tudo aquilo que partilhamos, recursos, mas também relações sociais, conhecimento e formas de cooperação. Destruindo as condições que permitiam às comunidades locais sobreviver e viver com autonomia, eliminamos igualmente a sua capacidade de reprodução de modos de vida e cosmovisões baseadas em relações seculares com os ecossistemas onde habitam.
Num período em que a maior parte da riqueza do planeta se encontra nas mãos de 1% da população mundial enquanto a maioria se encontra dependente de trabalho assalariado assegurado pelo Estado ou pelo mercado, o vínculo humano “à terra” e ao próximo é cada vez menor. As relações humanas, outrora de proximidade, ancoradas em laços solidários e duradouros, de reciprocidade e confiança, assumem agora contornos frágeis e descartáveis, funcionalistas e efémeros, construindo, na expressão de Zygmunt Bauman, uma modernidade líquida, volátil e em constante mudança. Por outro lado, as desigualdades tornaram-se mais vincadas e o “outro” sobretudo num problema a resolver. Neste contexto, a política extrema-se e as guerras eclodem, fala-se de emergência – climática e humana.
Num cenário que roça o distópico, estruturas sociais autónomas com base comunitária permanecem, enquanto outras se desenvolvem em diferentes contextos, prefigurando uma mudança de paradigma num mundo onde a gestão pública foi enfraquecida por décadas de políticas neoliberais. Modos de produção extensivos, solidários, que fomentam economias diversas (Gibson-Graham e Dombroski, 2021), sejam estas feministas, familiares, populares ou solidárias, promotoras de sustentabilidade enquanto retomam formas orgânicas de regulação da produção e de consumo. Iniciativas ancoradas na cooperação, autogestão e comunhão de interesses como base para a ação surgem nos campos e na cidade, nas organizações, nas comunidades, num mundo esgotado de destruição, conflitos e solidão.
Com esta chamada, pretendemos gerar uma reflexão sobre estas questões, colocando o foco em iniciativas coletivas que garantem a produção e o cuidado do comum. Partindo do trabalho de autoras feministas como Graham-Gibson (2016), Gutierrez (2020), Nightingale (2019), Casas-Cortes (2019), Singh (2018), entre outras, definimos a produção e o cuidado do comum como todas as práticas e relações de cooperação e entreajuda, mas também de luta e resistência, que sustentam a reprodução material e simbólica da vida, humana e não humana. Interessa-nos pensar e vincar a forma como o quotidiano do cuidado – e.g. dialogar, cozinhar, reflorestar, etc. – politiza por via da resultante aquisição de novos conhecimentos, capacidades, relações e subjetividades que nos ligam afetivamente ao que cuidamos (bosque, terra, comunidade), aproximando-nos enquanto agentes de mudança. Incentivamos trabalhos sobre iniciativas em território português que desafiam a tendência individualista – e.g. regimes de propriedade comunitária, empresas, cooperativas, economia social e solidária, economia popular e familiar, economias feministas e dos cuidados. Através da sua análise crítica, queremos refletir sobre a diversidade dessas iniciativas ao nível das suas práticas, valores, objetivos, estrutura e efeitos de mudanças no território, aqui entendido como o espaço constituído por ecossistemas, infraestruturas, atores e instituições, mas também saberes, cosmovisões, discursos, valores, etc. Com esta abordagem, queremos abrir vias para uma nova cultura e formas de ação que sustentem um novo contrato social.
Entre as diversas linhas de reflexão, propomos:
1.dar a conhecer e refletir sobre as práticas quotidianas envolvidas na produção e cuidado do comum, que podem incluir:
2. análise crítica da estrutura institucional das sociedades atuais que desconstrói o comum ou ameaça iniciativas que cuidam o comum, constituindo processos de descomunalização (do inglês un-commoning), que podem concretizar-se em:
As propostas devem ser submetidas eletronicamente após realização de registo na plataforma, até ao dia 01 de setembro de 2025.
Recomenda-se vivamente aos/às autores/as a leitura atenta das normas de publicação.
Data: 22 de maio de 2025
Hora: 14h00
Local: Universidade do Minho – Campus de Gualtar | Edifício 1, Sala 1.10
A participação é livre e não requer inscrição prévia.
Esta é uma iniciativa do Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais – Polo da Universidade do Minho (CICS.NOVA.UMinho) em parceria com o Departamento de Sociologia da Universidade do Minho.
Quinta-feira, dia 15 de maio de 2025, decorrerá a aula aberta “Sexual health and HIV/AIDS prevention and care among young people, people living with HIV, and sex workers in Thailand“, com o investigador visitante Kangwan Fongkaew (Burapha University, Tailândia). A moderação estará a cargo de Ana Maria Brandão (CICS.NOVA.UMinho e ICS-UMinho).
Kangwan Fongkaew é docente no Departamento de Artes da Comunicação, da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade de Burapha (Tailândia), com doutoramento em Ciências Socias pela Universidade de Chiang Mai (2015). A sua investigação centra-se sobretudo na prevenção do VIH entre minorias sexuais e de género na Tailândia, particularmente entre jovens homens gays e mulheres trans. Coautor de estudos sobre barreiras ao rastreio do VIH, adesão à PrEP e impacto do estigma nos resultados de saúde dessas comunidades, tem também contribuído para discussões sobre a representação LGBTIQ+ nos média tailandeses. Para além do percurso académico, encontra-se ativamente envolvido na defesa dos direitos e da inclusão LGBTIQ+ na Ásia.
Ana Maria Brandão é doutorada em Sociologia pela Universidade do Minho (2008), mestre em Políticas e Gestão de Recursos Humanos pelo ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa (1997) e licenciada em Sociologia pela Universidade do Porto (1991). É investigadora no Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais (CICS.NOVA.UMinho) e Professora Associada no Departamento de Sociologia da Universidade do Minho. Foi Subdiretora do Departamento de Sociologia da Universidade do Minho. É Editora da Configurações: Revista de Ciências Sociais e Diretora do Mestrado em Sociologia do Género e Sexualidade da Universidade do Minho.