Call for papers: Revista Configurações – nº temático 13 Trabalho e Justiça

 

A ação pública e a atividade quotidiana das instituições na justiça e no trabalho social não relevam necessariamente de uma racionalidade uniforme, mas tomam corpo através de uma variedade de atores com posições sociais, trajetos, disposições e culturas profissionais muito diversas, que tanto se podem instituir como fator de inércia quanto de mudança.
Mais do que meros executantes de políticas, regras e orientações, estes atores não deixam de coproduzir, na prática, políticas e tendências, tanto na retaguarda como na linha da frente do contacto com o público. Fazem-no dentro de um quadro de ação composto por constrangimentos práticos específicos, condições de trabalho, relações de poder, textos normativos e normas profissionais, mas também por configurações morais, ethos, valores e subjetividades várias. É ainda neste quadro concreto e não isento de injunções, por vezes contraditórias, que se produzem, acoplados a saberes técnicos ou incrustados neles, “sensos-comuns” específicos raramente explicitados.

Este número da revista Configurações procura contribuir para o estudo das tendências diversas que atravessam a justiça, as instituições e o trabalho social a ela ligados a partir do ângulo da atividade concreta e socialmente situada dos seus agentes: e.g. magistrados (ministério público, magistrados judiciais, juízes de execução de penas), advogados, guardas prisionais, técnicos de reinserção social, profissionais de saúde nas prisões – entre outros.
Qual o quadro de ação destes profissionais? Em que lógicas específicas se tem historicamente inscrito a sua atividade? Que reconfigurações têm sofrido os perfis e identidades profissionais nestas áreas? Que estratégias de credencialização e monopolização do mercado de trabalho têm sido desenvolvidas na sua relação com Estado, ordens ou associações profissionais? Em que medida os saberes e as competências mobilizados quotidianamente reforçam trajetórias de autonomização profissional ou, pelo contrário, são alvo de recomposições várias por força da intervenção em equipas multidisciplinares? Que deslocações têm ocorrido no centro de gravidade do seu métier? Que recentramentos tem conhecido a sua missão (e.g. entre o campo social e o jurídico; entre o cuidado e o controlo e avaliação de riscos; entre o trabalho no terreno ou o contacto face-a-face e a formalização e burocratização)? Estas questões sugerem algumas vias de abordagem possível nos trabalhos que convidamos a apresentar.

Prazo de envio:
Os artigos a submeter a avaliação deverão ser enviados até 12 de Setembro de 2014, ao cuidado de Ângela Matos para o endereço cics@ics.uminho.pt

Instruções para os autores:
Os artigos submetidos para publicação passarão por uma triagem inicial por parte da Comissão Editorial da revista que decidirá da sua pertinência face ao âmbito temático do número em causa. Os artigos enquadráveis no número temático serão subsequentemente submetidos ao parecer de dois revisores científicos especialistas na área em causa, em sistema de blind refereeing.
Os textos submetidos para publicação devem conformar-se às seguintes normas:
1. Todos os textos devem vir acompanhados da identificação do(s) autor(es), respectiva filiação institucional e endereço(s) de e-mail.
2. Os textos não devem exceder, no total e exceptuando os resumos, 35.000 caracteres, incluindo espaços.
3. Cada artigo deve ser acompanhado de três resumos (em português, em inglês e em francês), gravados em ficheiro autónomo, com o máximo de 750 caracteres por resumo. O resumo em português deve integrar o ficheiro principal (corpo do artigo).
4. Os ficheiros, em formato Word, devem ser enviados por correio electrónico.
5. Todas as citações devem ser traduzidas.
6. Todos os originais devem:
a) Conter a versão final do texto, pronta a publicar, devidamente revista de gralhas;
b) Vir acompanhados de um título;
c) Conter a indicação de 4 ou 5 palavras-chave, indicadas a seguir ao resumo e nas três línguas indicadas.

7. Na composição e formatação dos textos deve ter-se em conta as seguintes orientações:
a) A utilização de, no máximo, dois níveis de titulação, sem numeração nos casos da Introdução e Conclusão e com numeração árabe para o corpo do texto;
b) As transcrições deverão abrir e fechar com aspas, quando não excederem 4 linhas; no caso de citações mais longas, estas devem ser entalhadas e transcritas sem aspas;
c) Os vocábulos noutras línguas que não a portuguesa devem ser formatados em itálico;
d) Os elementos não textuais devem ser organizados em quadros, gráficos ou figuras, identificados com numeração árabe contínua para cada um destes tipos de elementos;
e) Nas chamadas de notas, que devem ser colocadas em rodapé, devem utilizar-se apenas números sem parênteses;
f) As referências bibliográficas devem ser indicadas entre parênteses no corpo do texto, de acordo com o seguinte padrão: (Rodrigues, 1993: 103); (Costa e Almeida, 1991: 80-84); (Greenwood, 1997a); (Greenwood, 1997b);
g) No final do artigo, deve incluir-se a lista de obras citadas, apresentada da seguinte forma:
- APELIDO, nome próprio (ano), Título do livro, local de edição, editora.
- APELIDO, nome próprio (ano), “Título do artigo”, Título da revista, volume (número), número da primeira e última páginas.
- APELIDO, nome próprio (ano), “Título do artigo/ capítulo”, in Nome próprio
e Apelido (org.), Título da colectânea, local de edição, editora, número da primeira e última páginas.
- Documento na Internet: APELIDO, nome próprio (ano), Título do documento [Online], disponível em: endereço [consultado em: data].
- Locais na Internet e páginas pessoais ou de instituições: Nome [Online], disponível em: endereço [consultado em: data].
- Publicações em revistas na Internet: APELIDO, nome próprio (ano), “Título do Artigo”, Título da Revista, volume (número), número da primeira e última páginas [Online], disponível em: endereço [consultado em: data].

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