3º Seminário – Almoço CICS| Pesquisadores (as) Negros (as): ingresso, permanência, apoios e barreiras no Ensino Superior/Pós-graduação no Brasil|| 15 março 2018| sala atos ICS/UMinho

 

O CICS.NOVA.UMinho organiza o 3º seminário-almoço CICS de 2018,   dedicado ao tema “Pesquisadores (as) Negros (as): ingresso, permanência, apoios e barreiras na no Ensino Superior/Pós-graduação no Brasil”, apresentado por Marcos Silva, investigador de pós-doutoramento do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra (CES), irá realizar-se no próximo dia 15 de março de 2018, pelas 12:30 horas, na sala de atos do ICS/UMinho.

 

 

lunchbreak

3º Seminário – Almoço CICS de 2018

Data: 15 de março o de 2018

Hora: 12h30 -14h30

Local: 
Sala de atos do Instituto de Ciências Sociais (ICS)  piso 0

Orador: Marco Silva

Tema: Pesquisadores (as) Negros (as): ingresso, permanência, apoios e barreiras na no Ensino Superior/Pós-graduação no Brasil.

Resumo abreviado: A presente comunicação está baseada em dois estudos, um já concluído e outro em desenvolvimento. O primeiro deles é a comunicação dos resultados obtidos com a tese de doutorado, desenvolvida entre 2012-2016, com o título “Discursos étnico-raciais de pesquisadores (as) negros (as) na pós-graduação: acesso, permanência, apoios e barreiras”, desenvolvido na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP),com o apoio da Agência de fomento – CAPES. Nesse trabalho analisamos discursos étnico-raciais proferidos por quatro pesquisadores/as  negros/as brasileiros. Pretendeu-se captar, descrever e interpretar discursos referentes ao acesso, permanência, apoios e barreiras enfrentadas por esses mestres para terminar o mestrado. A tese fundamentou-se na perspectiva teórica de autores contemporâneos sobre o tema das relações étnico-raciais e desigualdades educacionais do Brasil. No campo metodológico, utilizamos a hermenêutica de profundidade (HP), proposta por J.B.Thompson. Assim, trabalhamos com dois enfoques que correspondem a duas unidades de análise: informações do currículo cadastrado na Plataforma Lattes dos entrevistados e entrevistas. No primeiro enfoque, mostramos que eles têm indicadores de produção e todos os entrevistados têm pesquisa na área das relações raciais. O segundo enfoque indica que os entrevistados enfrentaram barreiras, preconceitos, discriminação estereótipos, no âmbito escolar e fora dele durante a trajetória educacional. Os entrevistados também apontam algumas mudanças que propõem melhorias nas condições de vida da população negra no Brasil, muitas delas resultantes de resistência e enfrentamento dos sujeitos e de suas famílias, bem como de políticas governamentais voltadas à promoção da igualdade racial, impulsionadas pelo movimento negro (Estatuto da Igualdade Racial, políticas de ações afirmativas). Conclui-se que a presença negra na universidade, além de reduzida, é desigual e restrita a algumas áreas. Essa pesquisa se associa ao coro que questiona as desigualdades sociais e colabora com essa luta, mostrando o embate entre as formas “sutis” de manutenção de estrutura excludentes em políticas públicas de inclusão e a potência de resistência dos sujeitos, indicando que, ao mesmo tempo, em que tais políticas são fundamentais para a superação de desigualdades, elas somente se efetivam pela ação e força dos sujeitos e dos movimentos sociais. Nesta direção anuncio um novo projeto que estou a integrar intitulado POLITICS :A política de antirracismo na Europa e na América Latina: produção de conhecimento, decisão política e lutas coletivas, desenvolvido no Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra, Portugal com financiamento do European Research Council. A pesquisa em desenvolvimento tem dois objetivos principais: a análise de processos de produção de conhecimento sobre “raça” e (anti) racismo nas esferas da política governamental (inter) nacional, universidades públicas e movimentos sociais; a análise dos múltiplos caminhos de denúncia e mobilização coletiva contra o racismo quotidiano em relação às práticas policiais e às representações sobre (anti) racismo nos meios de comunicação social. Nomeadamente as realidades das Nações Unidas, a Organização dos Estados Americanos (OAS), da União Europeia (UE) e das políticas públicas, universidades públicas e movimentos de base em 4 países: Brasil, Peru, Portugal e Espanha.

Nota biográfica: Marcos Antonio Batista da Silva é investigador em pós-doutoramento no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra (CES),Coimbra, Portugal, onde integra o Projeto POLITICS-  The politics of anti-racism in Europe and Latin America: knowledge production, decision-making and collective struggles,com financiamento do European Research Council.  Doutor em Psicologia Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), com Doutorado Sanduíche no Exterior PNPD/CAPES, na Universidade de Coimbra, Portugal, com pesquisa na temática das relações étnico-raciais. Pós-doutorado em Psicologia Educacional (Unifieo), com pesquisa sobre Letramento e desigualdades educacionais. Mestrado em Psicologia Educacional (juventude e trabalho), e graduação em Psicologia, com cursos de extensão na área de Educação para as relações étnico-raciais.

 

Comments are closed

Sorry, but you cannot leave a comment for this post.